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8 passos para não caíres nos Exageros durante as Festas

Para que consigas controlar a tua alimentação nesta época festiva tens de começar

Pela tua mente. Tudo começa na mente e na nossa capacidade para planear a nossa alimentação.

Porquê? Porque temos muitos e muitos jantares e encontros: é o amigo secreto, jantar da empresa, jantar do ginásio, dos amigos, a ceia em família, o fim de ano, e este ano até o campeonato mundial de futebol.

Então para que não percas o controlo na tua alimentação deixo-te 8 passos para te ajudar nesta fase de festas, sem que deixes de celebrar, mas sem que caias em exageros.

- 1º Passo: Pensa em como te queres sentir no dia 26 de dezembro, depois do dia de natal: se não seria bom sentires-te orgulhosa de ti por teres conseguido fazer o que tinha de ser feito OU se queres sentir que não te consegues sentar sem ter de abrir o botão das calças? Aposto que não. Aposto que te queres sentir feliz por teres tomado decisões que fazem bem para a tua saúde. Poderes dizer: desta vez eu consegui, deste vez eu venci. Isso dá-te uma sensação de empoderamento gigante. Dizer: eu sou mais forte que a comida inflamatória que andou a dominar a minha vida

Ou queres sentir-te culpada: não acredito que fiz isso, não acredito que comi tudo aquilo, olha só como estou agora, a dormir mal, a sentir-me inchada, pesada, com dores, a sentir-me derrotada, super arrependida, e destruída fisicamente.

Precisas de escolher qual destas sensações queres sentir antes de ires festejar.

Nós temos 3 cérebros: um cérebro reptiliano: que é impulsivo - viu e comeu; temos o cérebro límbico (o sabotador master): é emocional, é quando comemos por emoção;

e o cérebro do neo córtex: onde consigo tomar decisões racionais.

Como faço essas activações no neo córtex? Através de um planeamento, planeando o futuro. Só essa parte do cérebro consegue planear. É a parte da mente consciente. E fazendo isso, já estás a mudar o teu comportamento lá na festa no futuro. Esse é o 1º passo: pensar quem eu quero ser no dia seguinte à festa.

Pensa em casa como te queres sentir, faz uma lista.

Não te esqueças que prazeres imediatos, levam a recompensas tardias muito dolorosas. Claro que quando dizemos não a uma comida que gostamos muito, é sim doloroso, porque estamos a ver uma comida que gostávamos de comer e não a estamos a comer e a saborear. Mas terás uma recompensa tardia boa, prazerosa, que é seres quem queres ser, que é ter o corpo, que é ter a saúde que gostarias de ter. Pensa na recompensa. Queres colocar o teu prazer onde? Temos de aprender a vencer a comida. Porque isso por si só também gera prazer. Quando dizes “eu consegui”, Isso sabe bem. Só precisamos aprender a sentir o prazer do tardio e não só o do imediato.

Esse exercício de planeamento é um hábito que precisas de desenvolver. Todas as vezes que fores comer fora, estiveres num encontro, precisas de desenvolver essa técnica. É uma técnica mental, uma ferramenta para a tua vida. Se achas que te vais esquecer de fazer essa pergunta a ti mesma, coloca um post it no espelho. Vais ler a nota antes de sair e vai servir de gancho na hora de saíres. Pensa 3 vezes e guarda na tua mente. Quando vires a comida não terás o mesmo impulso, não irás comer tanto, irás comer mais devagar, vais começar a pensar em outras alternativas. Não estás em piloto automático. E se calhar na primeira vez isso não funciona, é como no ginásio. É preciso treinar o cérebro para ter resultados. Vai fazendo que vai acontecer. E vai anotando como eras e como estás a ficar. E comemora, cada vez que conseguires ser mais forte que a comida.


2ª passo: desvincula na tua mente, festa, de comida e bebida.

A primeira coisa que eu pensava, quando pensava em festa era o que vai haver para comer e chegando lá tentava comer tudo o que conseguisse. Acontece contigo? Como desvincular esta associação? Imagina a tua comida favorita que a tua mãe faz sempre para o jantar de Natal e que tu adoras. Imagina que o jantar em tua casa começa pelas nove da noite. Então a partir das cinco da tarde já não comes mais nada para conseguires comer tudo desde o jantar até à ceia. Então já começamos a pensar a festa associada à comida., Agora imagina que o teu natal era na tua casa sozinha com aquela comida só para ti. Tu sozinha com a comida. Nós não vamos a encontros, eventos e reuniões, com a comida. Vamos para estar com pessoas. O que vais fazer nas festas? Vais para interagir com as outras pessoas ou para comer? Para comer não precisas de festas nem sítios especiais. E é muito por causa de anúncios massivos que recebemos a toda a hora que achamos que festa é igual a comida. Quando fores para a tua festa pensa nisso: e se houvesse só comida seria bom? Não me parece. Mas e se houvesse só pessoas e já te tivesses alimentado na tua casa e fosses para uma festa só para interagir, não seria bom? Claro que sim, porque é bom estar com as pessoas de quem gostamos. Então temos de aprender a olhar para quilo que é de facto importante.

É uma mudança na mente, temos de reconfigurar a nossas mentes, senão perdemos o nosso autocontrolo e sofremos com culpa e arrependimento.


- 3º Passo: Inicia sempre a refeição com uma salada.

A salada não pode faltar e tem de ser bastante. Vai dar-te preenchimento gástrico e assim não vais ter tanto espaço para coisas calóricas, com glúten, com açúcar.... Automaticamente comes menos. Quando estamos com fome os nossos sentidos ficam aguçados. Isso quer dizer que eu vou achar a comida mais boita, mais apelativa, mais cheirosa, quando estou com fome. Por isso não devemos ir ao supermercado com fome. O teu sistema vai activar todas essas sensações. Então se comes a salada primeiro, recebes algo no estômago que te vai dar um aviso no cérebro para desactivar os teus sentidos (leva cerca de 20 minutos para esse mecanismo acontecer), e quando chegares aos outros pratos não tens tanta vontade comer e/ou de repetir, e em vez de comeres 4 rabanadas vais conseguir comer apenas 2, porque desativaste esse mecanismo.

Sê ainda a ultima pessoa a servires-te. Se fores a primeira, ainda vai haver comida quando acabares o teu prato e vais querer repetir. Mas se fores a ultima, já não vai haver mais doces e já não vais conseguir repetir. A nossa mente diz “eu perdi esse prato”, mas na realidade tu ganhaste: não danificaste a tua saúde. Perdes bolo mas ganhas saúde. E a saúde vale muito mais do que o bolo. Vai petiscando frutas. As frutas da época do Natal são óptimas, então vai petiscando as romãs, os diospiros, o ananás, as uvas...

E se pensares que "hoje é dia de festa, hoje não é dia de comer é salada, enganaste": todos os dias são dias de comer salada!


- 4º Passo: Sê a pessoa que leva a comida saudável para a festa.

Se tens duvidas que haja comida saudável leva, salada, húmus, fruta, kombucha. Ao mesmo tempo acabas por ser um agente de mudança dos outros também. Quantas vezes não dizes: “Eu não comi porque não havia nada para mim”. Pois vais haver, porque levaste.


5º passo: reduzir a bebida alcoólica nas festas.

A bebida vai retirar-te o auto controlo. Quando bebes em excesso, tudo passa a ser divertido, e tudo o que é chato passa para amanhã, inclusive não poderes comer tudo o que quiseres. Se consegues não beber, nãobebas, mas se esse não for o caso, lembra-te que os danos principias que as bebidas trazem são a desidratação do corpo. Então precisas de te hidratar antes de beber. São em média 7 horas de festa. Então nas duas hora e meia iniciais bebe água. A nossa mente não lida bem com o “não”, com o “não posso beber” mas aceita esperar. Então negoceia com a tua mente só beber a partir das X horas durante X tempo. Então assim vais mantendo o controlo. É um passo para começares este exercício para as próximas festas. Passo a passo. O importante é estar a caminhar. Lembra-te de te hidratar, pois a bebida prejudica o fígado, que é o órgão que limpa, que filtra todas as impurezas, os metais pesados. Então se o fígado está em constante trabalho de limpeza e ainda lhe colocamos álcool para atrapalhar esse trabalho, será muito mais difícil para o teu organismo manter-se saudável. E vai chegar um dia em que vês que isso não faz mais sentido para ti. Outra alternativa é deixares as bebidas alcoólicas só para depois de jantar. Depois de estares alimentada e hidratada, os danos no organismo serão menores. Não te esqueças ainda que a bebida alcoólica incha (faz retenção de líquidos), e dá ressaca. Pensa na tal recompensa tardia. Ensina ao teu cérebro outras formas de pensar. Pequenas mudanças dificultam que a gente cometa erros no nosso caminho saudável. Mas o cérebro aprende. Ele molda-se aos nossos ensinamentos.

E se achas que a tua festa não tem graça nenhuma sem álcool, então secalhar está na hora de repensares na tua vida, secalhar é preciso olhares para as tuas relações, ou será que és demasiado tímida e o álcool ajuda a superar isso, ou demasiado ansiosa..Então haverá outras razões por trás do consumo de álcool e nesse caso será necessário perceberes que precisas trabalhar as tuas emoções e psicológico.


6º passo: Não comer a sobremesa em cima da comida.

Estás mesmo com fome depois do jantar? É quase certo que não. Então para quê comer mais? Não há necessidade. Se queres muito comer uma sobremesa e achas que vai acabar, se não comeres, guarda um pedacinho no frigorifico. Não comas em cima da refeição, não estás com fome. Piora inclusive a digestão e absorção dos nutrientes e se juntares ainda a bebida alcoólica com a sobremesa então tudo transforma-se em açúcar e estás de novo a sobrecarregar o fígado e no pâncreas. Comer sobremesa é algo cultural mundialmente mas é algo que racionalmente não faz sentido. Este é um passo que vai ser desafiador, porque é algo que está bem impregnado culturalmente. Então se houver fruta, começa por uma fruta. Se fores logo aos doce vais servir-te três vezes. Come antes a fruta e só depois o doce. Assim, já deste primeiro o doce da fruta ao teu corpo, ele já percebeu, então quando fores ao doce já comes menos.


7º passo: não tenhas vergonha de ser saudável.

Ficas meio envergonhada porque toda a gente repara no que estás a comer? Isso acontece porque culturalmente as pessoas respeitam a doença mas não respeitam a saúde. Se te oferecerem um doce e recusares ao dizeres que tens diabetes. As pessoas respeitam e se for preciso até escondem os doces. Mas se recusares por dizer que não tens o hábito de comer doces, as pessoas insistem: “é só um pedacinho” E sim, podias dizer que tens endometriose, mas pode não ser fácil para toda a gente falar nisso, ou pode não ser o melhor momento, porque para quem não saiba o que é, vai obrigar-te a dar uma explicação que possivelmente não te estará a apetecer dar. Não há respeito pela saúde, é um facto. E isso é muito triste. Então se ninguém respeita a tua saúde, respeita tu. Defende a tua mudança. Diz à pessoa que te ofereceu o doce: “Agradeço o que fizeste, agora não quero, vou deixar no frigorifico e como quando conseguir”. Toda a gente critica, mas toda a gente no fundo queria ser igual a ti, queria ser saudável e ter a tua força de vontade. Assume então a responsabilidade de seres saudável. Sê um exemplo para os outros. Não sabes o quanto podes estar ajudar outras pessoas. Isso não é vergonhoso, é bonito e motivo de orgulho.


8º - Entre o radical e a permissão depende o quanto estás pronta para isso.

A decisão entre o ser radical (só vou comer coisas saudáveis, só vou comer o que eu levar) e permissões (não vou beber ou vou esperar 2 horas), depende de ti e do que achas que consegues. Não faças algo que te vai ferir, não aceites fazer o que sempre fizeste sempre e continuares a ferir-te todos os dias. Se comeres saudável vai-te dar sofrimento, leva metade da tua salada e coloca metade da comida da festa. Sê amorosa contigo mesma, mas não aceites ser aquilo que te adoece e que te entristece. Não estejas num corpo que te entristece. Não precisas ser radical, não precisas mudar de um dia par ao outro, mas se isso for amoroso para ti, está tudo bem. Então mede qual a acção que está alinhada contigo. Este planeamento e a práctica destes passos são um exercício e funcionam um passo de cada vez.


Resumindo: não te esqueças de planear. Conta ao teu cérebro o que vai acontecer em cada etapa. Quando planeias, para o cérebro é como se já tivesses vivido essa situação uma vez. Quando pensamos o que fazer em determinada altura, é como se já tivesse acontecido para o cérebro, porque já criaste essa imagem mental. Viajas sem planerar? Não, tu planeias. Precisas de roupa, do passaporte, de comprar o bilhete... Da mesma maneira planeias ir ao médico, ou outra actividade do teu dia. Então porque não planear o que vais comer? A decisão tem de ser tomada antes de saires de casa, para que um dia consigas ir para esse lugar que se chama de “radical”.





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