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Serrapeptase – um anti-inflamatório natural para a endometriose?



Um dos suplementos que tem sido divulgado para ajudar a diminuir as lesões e aderências da endometriose é a Serrapeptase, também conhecida como Serratio Peptidase.


A serrapeptase é uma enzima proteolítica derivada da bactéria Serratia, que vive no intestino do bicho-da-seda. Esta enzima tem a capacidade de dissolver os tecidos mortos sem exercer qualquer acção nefasta nas células vivas do hospedeiro. A serrapeptase dissolve o casulo protector do bicho-da-seda, permitindo-lhe sair dele e voar.


O uso de enzimas proteolíticas como tripsina, quimotripsina e bromelaína entrou em prática nos Estados Unidos durante a década de 1950, após observar-se que tinham efeitos anti-inflamatórios.

A mesma observação foi feita com a serrapeptase no Japão durante o final da década de 1960, quando os pesquisadores isolaram inicialmente a enzima do bicho-da-seda.

De facto, pesquisadores na Europa e no Japão propuseram que a serrapeptase era a enzima proteolítica mais eficaz para reduzir a inflamação.

Desde então, descobriu-se que tem vários usos possíveis e benefícios promissores para a saúde

Quando esta enzima foi isolada, mostrou-se que ela actua como anti-inflamatório e antiálgico de forma muito semelhante à acção da aspirina, do ibuprofeno ou de outros anti-inflamatórios não esteróides. Ensaios clínicos indicam que a serrapeptase induz uma actividade analgésica (diminui a dor), fibrinolítica (é capaz de fragmentar fibras capazes de fazer lesões e aderências), anti-inflamatória e anti-edematosa (diminui o inchaço) em inúmeros tecidos, e que os seus efeitos anti-inflamatórios são superiores aos de outras enzimas proteolíticas.


Não há estudo específicos na endometriose mas há melhorias inflamatórias na endometriose.


A serrapeptase funciona?

As pesquisas feitas sugerem que a serrapeptase pode reduzir significativamente a dor, secreções, dificuldade em engolir e febre em pessoas com dor de garganta e de costas após 3-4 dias de tratamento.


A serrapeptase dissolve o tecido cicatricial?

Serrapeptase reduz qualquer inflamação na área e fragmenta o tecido cicatricial sem afetar o tecido saudável. Tem o benefício adicional de melhorar a cicatrização de feridas em geral, limpando tecidos velhos ou danificados, incluindo coágulos sanguíneos, mucosas, quistos, placas arteriais e fibrose.


Quanto tempo demora para se ver os resultados da serrapeptase?

A serrapeptase pode fragmentar quistos ou miomas quando tomado regularmente.


Qual a dosagem da toma de serrapeptase?

Uma dose ideal para a enzima actuar nos miomas seria de 10mg, três vezes ao dia 2 horas após as refeições, como agente anti-inflamatório por 1 a 2 semanas.

Depois de tomar serrapeptase, deve evitar-se comer por cerca de meia hora.

Os resultados podem ser vistos após 2 semanas, e a dosagem pode durar até 4 semanas. A segurança a longo prazo da serrapeptase não é conhecida.


A serrapeptase pode fazer-me mal?

A serrapeptase é uma enzima proteolítica, isto é digere as proteínas, inclusive as que estão nos alimentos que comemos. É útil nos nossos corpos porque decompõe a proteína em aminoácidos benéficos. Isso significa que, como efeito colateral, há uma hipóteses de existir dores de estômago ou náuseas se for tomada com as refeições.

Quando tomada por via oral, a serrapeptase é facilmente destruída e desativada pelo ácido estomacal antes de ter a oportunidade de atingir o intestino para ser absorvida.

Por esta razão, os suplementos alimentares que contêm serrapeptase devem ser revestidos entéricos, o que evita que sejam dissolvidos no estômago e permite a libertação no intestino.


Como a serrapeptase actua?

A serrapeptase funciona visando material “morto” no corpo – incluindo coisas como tecido cicatricial e miomas (tumores benignos que geralmente aparecem no útero das mulheres).


Quem não deve tomar serrapeptase?

Não tomar serrapeptase se houver uma cirurgia agendada, para evitar um risco aumentado de coágulos sanguíneos. Se houver algum efeito colateral adverso, como dor de cabeça, náusea, dor de estômago, dificuldade para respirar e erupções cutâneas, de parar-se de tomar o produto e avisar o médico.

Na gravidez e aleitamento não se sabe o suficiente sobre o uso de serrapeptase, por isso, por segurança, evitar o seu uso se houver estas condições.

Acção na redução da inflamação Na Alemanha e em vários outros países europeus, a serrapeptase é reconhecida como tratamento normal da inflamação e do inchaço traumático.

Em estudos a diminuição da dor estava correlacionada na maioria das vezes com a do inchaço. Os pacientes que tomaram serrapeptase viram a sua dor desaparecer muito mais rapidamente do que os dos grupos de controlo. Ao décimo dia, a dor tinha desaparecido em todos os pacientes que tomaram serrapeptase. Estudos in vitro e in vivo mostram que a serrapeptase tem um efeito anti-inflamatório específico e superior ao de qualquer outra enzima proteolítica. Uma revista da literatura científica que inclui uma série de ensaios clínicos controlados em dupla ocultação com amplos grupos de pacientes sugere que a serrapeptase é útil num grande leque de patologias inflamatórias.

Actuação na doença quística da mama Num estudo realizado com 70 pacientes, a serrapeptase foi utilizada com êxito no tratamento da doença quística da mama. Os resultados indicaram que a serrapeptase era superior ao placebo e que melhorava a dor da mama e respectivo inchaço.


Actuação na dissolução de coágulos sanguíneos

A serrapeptase pode ser benéfica no tratamento da aterosclerose, uma condição em que a placa se acumula dentro das artérias.

Acredita-se que actue fragmentando o tecido morto ou danificado e a fibrina – uma proteína resistente formada em coágulos sanguíneos.

Isso pode permitir que a serrapeptase dissolva a placa nas artérias ou dissolva coágulos sanguíneos que podem levar a derrame ou ataque cardíaco.

No entanto, muitas das informações sobre sua capacidade de dissolver coágulos sanguíneos são baseadas em histórias pessoais e não em factos.

Por isso, são necessárias mais pesquisas para determinar qual papel - se houver - que a serrapeptase desempenha no tratamento de coágulos sanguíneos


Perigos potenciais e efeitos colaterais

Existem poucos estudos publicados especificamente sobre as potenciais reações adversas à serrapeptase.

No entanto, estudos relataram vários efeitos colaterais em pessoas que tomam a enzima, incluindo:

- reações da pele

- dores musculares e articulares

- pouco apetite

- náusea

- dor de estômago

- tosse

- distúrbios de coagulação do sangue


A serrapeptase não deve ser tomado junto com anticoagulantes – como varfarina e aspirina – outros suplementos alimentares como alho, óleo de peixe e açafrão, que podem aumentar o risco de sangramento ou hematomas.


Deves então tomar serrapeptase para a endometriose?

Os usos e benefícios potenciais da suplementação com serrapeptase são limitados, e as pesquisas que avaliam a eficácia da serrapeptase estão actualmente restritas a alguns pequenos estudos.

Há também uma falta de dados sobre a tolerabilidade e segurança a longo prazo desta enzima proteolítica.

Como tal, mais estudos clínicos extensos são necessários para provar o valor da serrapeptase como suplemento dietético.

Se optares por experimentar a serrapeptase, conversa primeiro com o teu médico para determinar se é certo para ti.

Embora promissor, são necessárias mais pesquisas para confirmar a eficácia e a segurança a longo prazo da serrapeptase.


Referências;

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